A Assembleia Geral ordinária do Benfica do ado sábado colocou a nu as dificuldades que Rui Costa poderá ter para continuar a liderar os destinos do clube da Luz. A reunião magna, marcada pelo chumbo do orçamento para a próxima temporada, contou com uma garantia por parte do presidente do emblema encarnado.
Muito contestado nas última semanas, Rui Costa fez saber que só esclarece que se recandidatará ou não ao cargo depois do fim da participação do Benfica no Mundial de Clubes. Mas uma coisa é certa. Para além de defrontar uma concorrência intensa, há fatores que, em caso de uma eventual recandidatura, podem contribuir para um eventual derrota do ex-jogador.
Ao longo dos últimos quatro anos de presidência, Rui Costa enfrentou vários problemas e somou inúmeros 'pecados' que lhe podem custar centenas de votos se decidir apresentar-se às urnas a 25 de outubro deste ano.
Comecemos pelo mais evidente que é a questão desportiva. As épocas do Benfica têm sido marcadas por um decréscimo no número de títulos. Em quatro anos, a equipa masculina do emblema encarnado conquistou apenas três títulos: um campeonato, uma Taça da Liga e uma Supertaça. Existiram vários troféus no feminino, mas nas modalidades o cenário também tem ficado, certamente, aquém das expectativas dos seus dirigentes.
Aliado a esta questão, o Benfica tem feito um forte investimento em contratações, e quase sempre com somas superiores a cem milhões de euros, mas sem o retorno desejado dentro de campo. É certo que se tem feito muito dinheiro no que diz respeito a saídas de jogadores, como são os casos de João Neves, Gonçalo Ramos e Enzo Fernández, mas dinheiro esse que não se tem concretizado num aumento de competitividade do plantel.
Ainda dentro do mundo da equipa profissional de futebol, Rui Costa pecou quando apostou na continuidade de Roger Schmidt para a presente temporada desportiva. Claramente se percebia que o alemão não estava confortável com o projeto desportivo das águias, apesar de ter renovado durante a época da conquista do título de campeão. O germânico foi afastado e substituído por Bruno Lage pouco mais de um mês depois do início da época.
Por outro lado, um dos outros pecados de Rui Costa na presidência do Benfica são os custos operacionais. Além das elevadas somas que são gastas na rubrica dos fornecimentos e dos serviços externos, há também muitos gastos com o pessoal. O Benfica é mesmo um clube português com custos mais elevados com o pessoal.
Mas há mais queixas que os adeptos das águias têm apontado. Rui Costa não praticamente não renovou a equipa diretiva. Vários elementos da atual direção encarnada já tinham estado com Luís Filipe Vieira na liderança dos destinos dos encarnados. Um nova direção, que foi eleita em 2021, poderia ter mais membros novos, mas não foi o que aconteceu.
Um dos mais recentes não tem diretamente a ver com o Benfica, mas com um apoio que Rui Costa declarou. O presidente encarnado foi um dos clubes portugueses que esteve ao lado de Pedro Proença na corrida à liderança da Federação Portuguesa de Futebol, algo que foi amplamente criticado pelos adeptos das águias.
Rui Costa terá, assim, de fazer contas ao que foi o seu legado na presidência do Benfica e perceber se tem condições para continuar na liderança. Para já sabe-se que, se o ex-jogador decidir voltar a concorrer ao cargo, terá pela frente João Noronha Lopes, Cristóvão Carvalho e João Diogo Manteigas na corrida pelo lugar de presidente do Benfica.
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