"O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Expatriados aprecia muito os seus esforços, que implicaram elevados riscos no mar, por este nobre objetivo humanitário de apoiar o nosso povo na Faixa de Gaza, sujeito às mais hediondas formas de genocídio, limpeza étnica, perseguição e fome", segundo um comunicado.
Também o grupo islamita Hamas, que exerce o controlo sobre a Faixa de Gaza, condenou também a interceção do navio, qualificando-a de "terrorismo de Estado" contra ativistas que procuravam "romper o cerco e denunciar o crime de fome" perpetrado por Israel.
Numa declaração enviada através dos seus canais de distribuição, o Hamas considerou o que Israel fez ao navio um "ataque flagrante à consciência humana".
"A interceção do navio Madleen no mar, impedindo-o de entregar ajuda simbólica ao nosso povo face a uma guerra genocida, constitui terrorismo de Estado organizado, uma violação flagrante do direito internacional e um ataque a voluntários civis que atuam por razões humanitárias", afirmou o Hamas no comunicado.
O navio fretado pela Freedom Flotilla Coalition (FFC) foi intercetado esta madrugada por tropas israelitas a caminho da Faixa de Gaza, onde se preparava para entregar alimentos aos habitantes sitiados, sujeitos a uma ofensiva militar israelita desde há 20 meses, um bloqueio à entrega de ajuda imposto por Israel desde 02 de março e dependentes desde 21 de maio da entrega de uma quantidade mínima de alimentos autorizada pelas autoridades israelitas.
O ministério palestiniano apelou à comunidade internacional para que forneça "todas as formas de proteção" aos 12 ativistas internacionais a bordo do Madleen, entre os quais a conhecida ativista sueca Greta Thunberg, que procuraram "furar o cerco e levar ajuda" à população de Gaza.
O Hamas sublinhou que "a detenção do Madleen não vai silenciar as vozes dos livres nem parar a crescente onda de solidariedade global com Gaza. Pelo contrário, irá aprofundar o isolamento da ocupação e expor a sua face criminosa aos povos do mundo".
O navio fretado pelos ativistas tinha partido da Sicília (Itália) há sete dias, com destino a Gaza para "entregar ajuda humanitária, romper o bloqueio israelita e tornar visível o sofrimento contínuo no enclave palestiniano", segundo a FFC.
O Madleen foi intercetado às primeiras horas da madrugada de hoje pela marinha de guerra de Israel e levado para o porto israelita de Ashdod, denunciou a FFC nas redes sociais, acusando as forças israelitas de crime por impedirem a navegação em águas internacionais, e de "raptarem" a tripulação.
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