"No que diz respeito ao dia de hoje, vamos esperar", disse o porta-voz do Kremlin (presidência) Dmitri Peskov, durante a conferência de imprensa telefónica diária, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Além de corpos de soldados, as duas partes tinham concordado na última ronda de conversações na cidade turca de Istambul, há uma semana, na troca de prisioneiros de guerra com menos de 25 anos, gravemente doentes e feridos.
"Vimos e ouvimos centenas de desculpas, justificações. (...) Dificilmente podem ser consideradas credíveis", afirmou o porta-voz do Presidente Vladimir Putin.
Peskov insistiu que a Rússia "continua pronta a cumprir os acordos alcançados em Istambul" durante as recentes negociações com a parte ucraniana.
O vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, também esperava no domingo que a Ucrânia confirmasse que iria receber os corpos dos seus soldados, tal como combinado em Istambul.
"Estamos à espera de uma confirmação oficial do lado ucraniano de que os corpos serão devolvidos", disse Fomin, que também é membro do grupo de negociação em Istambul, à imprensa russa.
Fomin lamentou que nem na sexta-feira nem no sábado a Ucrânia tenha confirmado que iria receber os corpos.
O ministro afirmou que a Rússia estava pronta para repatriar mais de 6.000 corpos, que serão transportados por camião ou comboio.
O chefe do grupo de negociação russo, Vladimir Medinsky, acusou no sábado a Ucrânia de "adiar indefinidamente" a troca de prisioneiros de guerra com menos de 25 anos, gravemente doentes e feridos.
A Ucrânia, por sua vez, acusou a Rússia de manipulação ao alegar que Kiev tinha adiado indefinidamente a troca, e questionou a determinação da equipa de negociação russa, acusando-a de incumprimento das promessas.
"Apelamos à Rússia para que não crie obstáculos artificiais e falsas declarações para evitar a devolução dos prisioneiros ucranianos e para que não leve os prisioneiros para a Rússia", afirmou o Ministério da Defesa ucraniano.
O ministério, cujo chefe, Rustem Umerov, lidera os negociadores ucranianos, denunciou tratar-se de mais uma tentativa de reverter 'a posteriori' o que foi decidido em Istambul.
"Mais uma vez, [tal atitude] levanta dúvidas sobre o nível e a capacidade da equipa de negociação russa", disse o ministério ucraniano.
Quanto à troca dos corpos dos mortos em combate, as autoridades ucranianas asseguraram que ainda não foi acordada qualquer data e que a parte russa recorreu a "ações unilaterais".
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