A medida antecipa em cinco anos o aumento anteriormente previsto para as despesas em defesa do Canadá.
Carney afirmou, num discurso em Toronto, que o Canadá precisa de aumentar as suas despesas com a defesa devido às mudanças nas políticas dos Estados Unidos e à crescente presença militar da Rússia e da China.
"Agora, os Estados Unidos estão a começar a rentabilizar a sua posição, cobrando pelo o aos seus mercados e reduzindo a sua contribuição relativa para a nossa segurança coletiva. Ao mesmo tempo, as rotas comerciais globais, as lealdades, os sistemas energéticos e até as próprias informações estão a ser remodeladas", explicou.
Carney sustentou que "um novo imperialismo" ameaça o mundo, em que "as potências mais pequenas precisam de competir por interesse e atenção, sabendo que, se não estiverem à mesa, estarão no menu".
O primeiro-ministro canadiano destacou que os gastos com a defesa do Canadá foram reduzidos na última década e que o equipamento militar do país está obsoleto.
Citou como exemplo três dos quatro submarinos e metade dos seus veículos terrestres não estarem operacionais.
Carney indicou que o seu Governo reconstruirá as Forças Armadas canadianas, aumentará as suas capacidades militares e fortalecerá a indústria nacional, diversificando as alianças no setor.
"Vamos garantir que o Canadá é forte internamente e fiável externamente", observou, acrescentando que o país vai investir "em novos submarinos, aeronaves, navios, veículos blindados e artilharia, bem como em novos radares e sensores para monitorizar o fundo do mar e o Ártico".
Em 2014, os líderes dos Estados-membros da NATO concordaram em atribuir pelo menos 2% dos respetivos PIB aos orçamentos nacionais de defesa ao longo de uma década, embora vários, incluindo o Canadá e também Portugal, tenha ficado aquém dessa meta, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, insista que seja aumentada para 5%.
Os membros da NATO vão discutir a nova meta na próxima cimeira da Aliança Atlântica, que se realiza em Haia nos dias 24 e 25 de junho.
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