Apesar de os automóveis terem um sistema de travagem dedicado, há uma forma complementar de abrandar – a travagem com o motor.
De forma muito sucinta, consiste em diminuir a velocidade com a ajuda do propulsor. Isto, sobretudo, em carros com transmissões manuais e para uma redução gradual da velocidade, segundo o Universal Technical Institute.
Travar com o motor consiste em baixar para uma mudança menor (por exemplo, de quarta para terceira), tirando o pé do acelerador.
Primeiro deve travar ligeiramente com o pedal, carregar na embraiagem sem o pé do acelerador, realizando sempre as agens de caixa sequencialmente mesmo se o objetivo não for a mudança imediatamente a seguir (por exemplo, deve ir de quinta para quarta, estabilizar e só depois reduzir de quarta para terceira). Há também que ter em conta as rotações do motor, mantendo-as estáveis e é de evitar ar pelo ponto morto no processo.
Do ponto de vista técnico, cada mudança é feita para estar engrenada num intervalo de rotações do motor. E, quanto mais forem as rotações, maior a resistência interna, sendo desta forma que é possível abrandar ao colocar uma mudança mais baixa.
Segundo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, há três circunstâncias em que a travagem com o motor é recomendada: em descidas mais longas, a velocidades mais altas ou em reduções de velocidade para curvas, cruzamentos ou outros locais potencialmente mais perigosos.
Quando usada e aplicada corretamente, esta técnica não coloca em risco a integridade do motor e dos componentes de transmissão. Pode, até, ser benéfica ao nível de consumos de combustível.
Em declives acentuados e/ou prolongados, esta é uma forma de complementar o sistema de travagem, evitando um sobreaquecimento e desgaste por uso intensivo e constante do mesmo. Já na aproximação a curvas, travar com o motor confere maior estabilidade e controlo.
Também pode ajudar a mitigar a chance de derrapagem das rodas em situações de piso molhado ou escorregadio – tendo em conta que a desaceleração é mais suave.
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